Busto de homenagem ao Maestro Mário Coelho

A 19 de outubro de 2019 foi descerrado no largo Conde Ferreira, junto da Casa-Museu Mário Coelho e da Igreja Matriz da sede de Concelho, um busto da autoria de Paulo Moura e de homenagem ao matador de toiros. Assinala a sua trajetória profissional e a mais-valia que constituiu para o Município, levando além fronteiras o nome de Vila Franca de Xira.

Vida e Percurso de Mário Coelho

Mário Coelho nasceu em Vila Franca de Xira, em 1936. Tinha por hábito afirmar que nasceu toureiro, o que não seria de espantar, nem aos mais céticos, tendo em conta o meio em que nasceu.

Filho de um Campino e de uma mulher devota, com a Lezíria à frente dos seus olhos, a espiritualidade que dá origem ao toureio cresceu consigo.

Com a sua vocação e determinação inatas e uma técnica aprendida às suas custas, na rua e no campo, conquistou Vila Franca de Xira, Portugal e finalmente o mundo, com a sua forma de estar em praça e na vida.

No seu percurso “Prata”, arrebatou os melhores prémios; conquistou e continua a deter o epíteto de “melhor bandarilheiro do mundo”. A sua qualidade admirada por tantos, incomodou também alguns, a quem “ofuscava” o brilho em praça. E foi a verbalização desse incómodo, pela boca de um dos maiores matadores da época, que o levou a determinar-se a ascender à categoria “Ouro”.

A sua vontade férrea e disciplina fizeram com que, em pouco tempo, alcançasse esse patamar dourado a que muito poucos acedem, tomando a alternativa como matador de toiros a 25 de julho de 1967, na Praça de Badajoz (Espanha). Também como matador deixou a sua marca, firmando de forma indelével o seu nome a nível nacional e internacional.

Chega ao México, a Madrid, a Arles. Conhece o mundo e é por ele ser admirado. É reconhecido pelas elites mundiais como um ídolo.

Despede-se  do público em 1990, cortando-lhe a coleta o seu filho, num momento de grande significado para Mário Coelho, numa grandiosa corrida realizada em Lisboa, no Campo Pequeno.

Depois de se ter despedido de profissional das arenas, continuou a ser um embaixador da arte e cultura tauromáquica, quer através da Casa-Museu com o seu nome, quer como convidado em inúmeros colóquios e eventos, onde a sua experiência incrementou o conhecimento e a formação de profissionais, aficionados e curiosos.

A Câmara Municipal realizou, em 2015, uma Exposição de Homenagem ao Maestro, e correspondente catálogo, que reuniu espólio, memórias e centenas de pessoas que quiseram conhecer em detalhe a sua vida e o seu percurso. O mesmo se verificou na inauguração do busto junto à sua residência, num largo emblemático na sua vida e na Cidade.

O  Maestro Mário Coelho deixou-nos a 5 de julho de 2020, vítima de COVID-19, com 84 anos.