O Concelho
- Área: 318.194 Km2
- Freguesias: 6 (União das Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, União das Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras, União das Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Freguesia de Vialonga e Freguesia de Vila Franca de Xira)
- População Residente: 137.529 (fonte: Censos 2021)
- Densidade populacional: 432,21 hab./km2
Concelho que integra características urbanas e rurais, a sua localização permite-lhe usufruir de um valioso património natural: da beleza do rio Tejo, à Reserva Natural do Estuário do Tejo; do esplendor das Lezírias à imponência dos Montes.
A ligação secular às lides do campo e à criação de gado proporcionada por uma das mais vastas áreas do concelho – a Lezíria – confere a Vila Franca de Xira uma importante herança cultural que constitui uma das principais bases da sua identidade: a festa brava. Campino, touro e cavalo compõem um quadro único na vivência da região, que se foi estendendo a outras formas de expressão deste universo: matadores de touros; cavaleiros tauromáquicos; grupo de forcados; bandarilheiros. Vila Franca de Xira é, por isso, reconhecida como terra mãe de grandes nomes do toureio mundial.
Nela está implantada a praça de Touros “Palha Blanco”, construída em 1901, um dos ex-libris da sede de concelho. Todos estes elementos ganham alma através do entusiasmo popular nas várias manifestações festivas como as esperas e largadas, ou no ambiente tertuliano.
De referência é também o seu património histórico, com especial destaque para os núcleos antigos dos centros urbanos ou para as Quintas Municipais de construções apalaçadas e belas áreas verdes (Quinta Municipal da Piedade, na Póvoa de Santa Iria; Quinta Municipal do Sobralinho e Quinta Municipal de Subserra, em São João dos Montes) ou ainda os Pelourinhos de Vila Franca de Xira e de Povos, e o Celeiro da Patriarcal (Vila Franca de Xira).
Outro dos seus atrativos é a gastronomia, cujo sabor está ligado à pesca e ao campo. A açorda de sável, os linguadinhos e enguias fritas, a sopa de bacalhau, o torricado de bacalhau, o cozido de carnes bravas, o melão da Lezíria, os bolos regionais (“Garraios”, “Esperas” e “Lezírias”) são algumas das especialidades mais típicas e saborosas da região.
Mas acima de tudo, o Concelho de Vila Franca de Xira é caracterizado pelo espírito hospitaleiro das suas gentes, que mantêm acesa a chama de uma região recheada de tipicidade e tradições, que, na maior parte dos casos, chegaram intactas aos nossos tempos.
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Economia
Na época que remonta ao Antigo Regime, acorriam às Lezírias jornaleiros e rendeiros da outra margem, devido à fértil produção de trigo, cevada, milho e legumes e à abundância de caça e de gado.
Do outro lado do rio, destacava-se, em Alhandra, a pequena agricultura de frutas e legumes. Em Alverca, a cultura de cereais, frutas, vinho, sal e azeite. Em Povos o trigo, o vinho, o azeite e as frutas. Moinhos, azenhas e lagares de azeite completavam este sistema.
A pesca, em que o Tejo era abundante, constituía naturalmente outra atividade importante. Fataças, linguados e sáveis eram comercializados em todas as vilas.
Nas feiras locais em Alhandra, Alverca ou Vila Franca de Xira trocavam-se os produtos.
O retrato económico da região desta época inclui ainda a fundação de uma fábrica de curtumes em Povos, em 1729, que foi a primeira deste ramo no País, ocupando durante muito tempo uma posição cimeira na produção nacional de curtumes.
A chegada do comboio em 1856, no âmbito da abertura do primeiro troço de linha férrea do país - de Lisboa ao Carregado - marcou o início de um novo período no desenvolvimento da região, através da industrialização.
A caracterização económica do Concelho hoje é definida, essencialmente, por uma concentração de atividades no sector terciário, nomeadamente ao nível do comércio e serviços, devido à progressiva regressão do setor industrial.
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Demografia
Os efeitos da implantação da industrialização tiveram gradual e progressiva repercussão demográfica.
Em 1864, data dos primeiros censos fidedignos no país, a população total do concelho era de 13.622 pessoas, valor que em 1900 passou para 15.766 habitantes. Mais significativas são as diferenças ocorridas entre 1900 e 1920, ano em que o concelho registava já 21.349 habitantes - nos primeiros vinte anos do século XX a população aumentou 35%.
Os números do final do século passado falam por si: se em 1960 o concelho tinha 40.594 habitantes, os censos de 1991 contaram 104.610 residentes. Para este aumento contribuiu significativamente a década de setenta, em que a população cresceu mais de 60%.
Atualmente, populações de diversas origens (de dentro e de fora do país) povoam o concelho de Vila Franca de Xira.
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Origens
No território há vestígios de presença humana desde o Paleolítico Inferior (entre 3 milhões de anos e 250 mil anos atrás), nomeadamente na zona de Alverca e Castanheira do Ribatejo.
Na época do Neolítico (período que começa em 8000 a.c.), esta área de recursos alimentares abundantes favorece a fixação de comunidades nas elevações sobranceiras ao rio Tejo e outras bacias hidrográficas como os vales de Vialonga, Calhandriz e S. João dos Montes. A cidade de Vila Franca de Xira tem vestígios de ocupação por altura do Neolítico final (aproximadamente 2500 a 1800 a.c.).
A sua localização geográfica privilegiada, junto ao Tejo e com passagem da principal via de acesso a Lisboa, facilitou a ocupação romana e islâmica, de que há vestígios em várias freguesias do concelho.
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Organização Administrativa
Em 1195, Povos recebe Foral do rei D. Sancho I. Em plena “Reconquista Cristã”, o documento expressa as preocupações defensivas relativamente a arremetidas muçulmanas. A partir do século XIII prossegue a instituição de vários concelhos no território, por via de Foral:
1203 – Alhandra
1212 – Herdade de Cira e Vila Franca (a designação de Vila Franca de Xira como local único só surge a partir do século XIV)
1357 – Alverca
1510 – Vila Franca de Xira; Povos e Castanheira do RibatejoFoi durante os séculos XIX e XX que tomou forma administrativa o concelho de Vila Franca de Xira, tal como hoje o conhecemos. Sucessivamente, foram extintos os velhos concelhos existentes na região e que tinham todos raízes medievais, à exceção de Vila Franca de Xira, que os veio a integrar:
1836 - Extinção do concelho de Povos
1837 – Extinção do concelho de Castanheira do Ribatejo
1855 – Extinção dos concelhos de Alhandra e de Alverca
1886 – Vialonga integra o concelho de Vila Franca de Xira, após extinção do concelho dos Olivais
1926 – Anexação da freguesia de Póvoa de St.ª Iria na área do município
2013 - Reorganização administrativa do território das freguesias