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Busto de homenagem ao Maestro José Júlio
A 2 de fevereiro de 2019, o matador de toiros José Júlio recebeu, em sua homenagem, um busto da autoria de Alberto Germán, junto ao mercado municipal em Vila Franca de Xira.
Resultado de um trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal e de uma comissão promotora para o evento, este marco celebra a história de um vulto do Toureio e o primeiro matador de toiros de Vila Franca de Xira.
Vida e Percurso de José Júlio
Nasceu a 31 de janeiro de 1935, filho de bandarilheiro, neto e sobrinho de forcados.
Os pais de Alves Redol, também seus tios, cuidaram da sua educação e tentaram evitar que se tornasse toureiro, mas a entrada na Escola de Toureio da Golegã, dirigida pelo Mestre Patrício Cecílio ditou o restante caminho.
A primeira apresentação pública dá-se em Vila Franca de Xira, em 1954, num Festival de Beneficiência a favor da Misericórdia e no ano seguinte veste pela primeira vez o «traje de luces».
Para a sua estreia como matador, Câmara Municipal e população, orgulhosos do seu futuro toureiro, oferecem-lhe capote, muleta e espada, e também o capote de passeio que o Maestro exibiu nos quatro cantos do Mundo!
Apresenta-se nas principais praças nacionais, saindo sempre em ombros. O triunfo do Campo Pequeno foi histórico, conseguindo a proeza de percorrer toda a cidade em ombros, até à Baixa. Nesse ano debuta também de forma triunfante em Espanha. Depois, em Sevilha, torna-se um novilheiro de topo. No importante ano de 1959 arrebata França e Espanha.
Em "Las Ventas", Madrid, é premiado com uma orelha - troféu que até então nenhum novilheiro ou matador português tinha conseguido.
A Alternativa deu-se a 11 de outubro desse ano de 1959, em Saragoça, tendo por padrinho Manuel Jímenez "Chicuelo II", com um toiro da ganadaria de Pio Tabernero. Pela primeira vez um toureiro português ganhou uma orelha, no seu toiro de alternativa!
Na história da tauromaquia fica o seu confronto com 6 toiros "Palha" na nossa Praça, em julho de 1962. Saiu em ombros e foi ovacionado nas ruas de Vila Franca.
Inesquecível foi a corrida com toiros Miura, em 1963, na Feira de Sevilha. No primeiro toiro, o maior triunfo até então, naquela praça, por um português, com duas orelhas e duas voltas, conferindo-lhe o “Diário de Sevilha“ o prémio “Orelha de Oiro“.
Ficará para sempre, também, a sua actuação na última corrida de toiros de morte na "Palha Blanco", em maio de 1977.
O seu corte de coleta, em 1989, foi, como não poderia deixar de ser, na "Palha Blanco“, tal como a despedida de novilheiro, sendo que nas comemorações dos 50 anos da sua alternativa, também atuou nesta praça.
Considerado por muitos um dos mais completos matadores portugueses, encantava o público e arrematava as maiores ovações.
Ficaram os ensinamentos que deixou na Escola de Toureio José Falcão, um livro publicado em 2016, com o apoio da Câmara Municipal, que realizou, igualmente, no mesmo ano, uma Exposição em sua Homenagem, com respetivo catálogo, e ainda o busto escultórico para eterno e memorável reconhecimento.
O Maestro faleceu a 29 de janeiro de 2021, prestes a completar 86 anos, vítima de COVID-19.
Rua Dr. António José de Almeida, Vila Franca de Xira