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Gustavo Nobre de Jesus e José Eugénio Borges de Almeida vencem Prémio Alves Redol
Cerimónia decorre a 21 de abril
A edição de 2023 que contou com 101 obras a concurso ao Prémio Literário Alves Redol tem como vencedores Gustavo Nobre de Jesus (no género literário Romance) e José Eugénio Borges de Almeida (no género literário Conto). Instituído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, o Prémio Literário Alves Redol tem como objetivo promover e incentivar a criação literária, prestando também homenagem ao grande romancista Alves Redol, natural do Concelho de Vila Franca de Xira.
“Bacalhau Verde”, em Romance, e “Fractais Dispersos”, em Conto, são as obras que mereceram a decisão unânime do júri, composto por Ana Cristina Silva (escritora vila-franquense), Manuel Amador Frias Martins (representante da Associação Portuguesa de Críticos Literários) e Sérgio Filipe Agostinho Mangas (representante da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira).
Ao vencedor no género Romance será atribuído um prémio no valor de 7.500€, e para o vencedor no género Conto, um prémio no valor de 2.500€.
A cerimónia de entrega do Prémio Literário Alves Redol irá ocorrer no dia 21 de abril (domingo), pelas 16h00, na Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira, integrada nas comemorações do Dia Mundial do Livro e do Autor.
Apreciação das obras vencedoras
De acordo com o júri, o romance “Bacalhau Verde”, de Gustavo Nobre de Jesus, “é um romance representativo de uma modernidade acelerada, triste e, em algumas dimensões, decrépita. Com uma linguagem apurada e precisa, o romance retrata um tempo onde as relações pessoais são invariavelmente apressadas e sem intimidade; onde a amizade se vai esboroando na troca de favores; onde a política deixa de ser serviço público para ser trampolim de poder para voos mais lucrativos; onde a corrupção grassa e, nessa medida, favorece a extrema-direita política; onde a morte nos hospitais se define cada vez mais pelas estatísticas. Este é, em suma, um romance que consegue abanar as consciências, nunca se deixando ficar pela superficialidade de uma história centrada em si mesma ou sem alcance social e humano”.
Quanto a “Fractais Dispersos”, de José Eugénio Borges de Almeida, o júri considerou que “é um conjunto de contos que se lê com muito agrado. Cada conto é a estória de uma personagem singular, bem individualizada, mas que, ao mesmo tempo, se mostra integrada em contextos de vida profundamente humanos, e que invariavelmente prendem a atenção do leitor. Estes contos distribuem-se por três regiões de língua portuguesa (Portugal, Brasil e Angola). Cada um vai dando acesso à memória histórica dos respetivos países através de uma linguagem rica de cruzamentos vocabulares e dos respetivos imaginários. Há, por vezes, um estranhamento criativo da língua portuguesa que seduz o leitor exatamente pelas posições semânticas variadas em que o autor (muitas vezes sob a forma de narrador) situa os eventos narrados”.
Sobre os autores
Gustavo Nobre de Jesus, nascido em 1986, é natural de Lisboa. Publicou poesia (Poemas de vida e de morte de um médico à noite), teatro (Do amor) e prosa (Cal). Divide o seu tempo entre a medicina e a escrita.
José Eugénio Borges de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, licenciou-se em medicina pela Universidade de Coimbra, exerceu clínica em Portugal, Angola e Brasil. Depois de aposentado dedicou-se à escrita. Divide o seu tempo entre Portugal e Brasil.
Tem mais de 100 prémios literários, com destaque para:
- Vencedor do prémio Talentos da Maturidade 2011
- Medalha de prata da UBE–RJ 2013 com o romance “LARANJA SOLIDÁRIA”
- Finalista do Prémio SESC 2014 em romance
- Vencedor livro de crónicas no Prémios Literários Cidade de Manaus 2014
- Vencedor livro de crónicas do Prémio Literário Dalcídio Jurandir 2015 em livro de crônicas “SUBTERFÚGIOS DA REALIDADE,” publicado em 2016 no Brasil
- Finalista em romance do Prémio Rio de Literatura 2016
- Vencedor do Campeonato de Escrita Criativa em 2017 em Portugal – publicou o romance “NAS ESQUINAS A SAUDADE”
- Publicado em Portugal o romance “NUA E CRUA”
- Vencedor Prémio Conarte 2021 com o romance “A REPÚBLICA DO CORTIÇO” – publicado no Brasil em abril 2022
- Publicação no Brasil o romance “EXTRUSÕES” - 2022
- Publicação em Portugal, o romance “SEMENTES TRUCIDADAS” – 2022
Foram também atribuídas Menções Honrosas na categoria de “Conto” à obra “Márrio-Riomar”, de Eltânia André, e, na categoria de “Romance”, à obra “Teoria das Catástrofes Elementares”, de Rita Canas Mendes.
Sobre as autoras
Eltânia André nasceu em Cataguases (Minas Gerais/Brasil) em agosto de 1966. Formada em Administração de empresas e Psicologia, com especialização em Psicopatologia e Saúde Pública. Trabalhou no Centro de Atenção Psicossocial de São Bernardo do Campo, aparelho do Sistema Único de Saúde para atendimento de utentes com neuroses graves e psicose. Reside em Portugal desde Janeiro de 2017. Autora de Manhãs adiadas (contos, Dobra Editorial, SP, 2012. Finalista do prêmio Portugal Telecom), Para fugir dos vivos (romance, Editora Patuá, SP, 2015), Diolindas (romance, Editora Penalux, SP, 2016, escrito em parceria com Ronaldo Cagiano), Duelos (contos, Editora Patuá, SP, 2018), Terra Dividida (romance, Editora Laranja original, SP, 2020), Corpos Luminosos (contos, Editora Urutau, 2022) e Diário dos mundos (romance, Editora Laranja Original, SP, 2022, escrito em parceria com Letícia Soares).
Rita Canas Mendes (Lisboa, 1984) formou-se em Filosofia e tem uma pós-graduação em Edição. Depois de ter trabalhado em diversas editoras, atualmente dedica-se à tradução literária – tendo traduzido obras de Margaret Atwood, Lucia Berlin, Patricia Highsmith e Edna O’Brien, entre outros – e à escrita. Tem sete obras publicadas, todas em áreas distintas, do guia prático ao livro infantil, havendo outras três em processo de publicação. Em 2021, ganhou uma Bolsa de Criação Literária. Teoria das Catástrofes Elementares é o seu primeiro romance, e acaba de ser publicado pela editora Elsinore, do Grupo Penguin Random House.