Seminário sobre trabalho dos municípios para as comunidades desfavorecidas reúne 200 pessoas em Vila Franca de Xira
Cerca de 200 pessoas estiveram presentes no seminário “Comunidades em Ação – Educação e desenvolvimento social”, que se realizou ontem, 21 de novembro, no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira.
O seminário serviu para dar a conhecer respostas sociais de apoio às comunidades desfavorecidas de seis municípios da área metropolitana de Lisboa, no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência. Contemplou também duas mesas-redondas, uma sobre a influência da educação na promoção da inclusão e no combate às desigualdades, e outra sobre o desenvolvimento social enquanto mecanismo de coesão metropolitana e de autonomização das comunidades.
A sessão começou com a atuação de doze crianças e jovens da Orquestra do Agrupamento de Escolas de Vialonga, dirigida pelo professor André Ferreira e pela professora Inês Vieira.
A orquestra resulta de um projeto educativo que teve início em 2005, sob o impulso de Armandina Soares, que procura a integração social dos alunos, combate a exclusão e o abandono escolar, e estimula o trabalho de grupo, a disciplina e a autoestima.
Após a apresentação da orquestra, Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, deu as boas-vindas a todos os participantes, salientando que o programa Comunidades em Ação “é a prova que há massa critica na área metropolitana de Lisboa e que os municípios são capazes de trabalhar em conjunto para produzir um resultado global”.
Para o autarca, “é trabalhando em articulação com os parceiros públicos e privados que encontramos as soluções adequadas ao desenvolvimento do nosso território”, acrescentando que é assim “que se muda verdadeiramente o curso da nossa história local”.
Fernando Paulo Ferreira, acredita que “que o empoderamento da área metropolitana de Lisboa, e a aproximação ao nível do planeamento e da gestão entre os municípios, é o segredo para toda a região ser mais competitiva ao nível europeu e internacional”.
O programa contemplou ainda a projeção do filme “Comunidades em Ação”, que traça, em linhas gerais, o plano metropolitano de apoio às comunidades desfavorecidas da área metropolitana de Lisboa.
Seguiu-se a primeira mesa-redonda, moderada pela jornalista Margarida Davim, sobre a influência da educação na promoção da inclusão e no combate às desigualdades.
Participaram Pedro Cunha, diretor-geral da Educação, Gonçalo Xufre da Silva, ex-consultor da OCDE na implementação do projeto PISA para as escolas nos municípios, e Celeste Paulino, diretora do Departamento de Educação e Bibliotecas da Câmara Municipal de Setúbal.
O período da manhã ficou concluído com a apresentação de projetos na área da educação de três municípios, num painel moderado por João Paulo Lopes, da Área Metropolitana de Lisboa.
Participaram pelo município de Alcochete, a vice-presidente, Maria de Fátima Soares, pelo município de Sesimbra, a vice-presidente, Felícia Costa, e pelo Município de Vila Franca de Xira, a vice-presidente, Marina Tiago.
O período da tarde começou com a mesa-redonda sobre o desenvolvimento social enquanto mecanismo de coesão metropolitana e de autonomização das comunidades, moderada por Maria João Ruela.
A mesa-redonda teve a participação de Carla Semedo, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Maria Inês Amaro, diretora do Departamento de Desenvolvimento Social do Instituto de Segurança Social e Luís Capucha, diretor do Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas do ISCTE-IUL.
Após uma pausa para degustação de produtos locais “Encostas de Xira”, seguiu-se o segundo, e último painel, também moderado por João Paulo Lopes, da Área Metropolitana de Lisboa, que deu a conhecer aos participantes os projetos de três municípios na área do desenvolvimento social.
A apresentação dos projetos do município da Amadora ficou a cargo de Vitalina Silva, presidente da Associação de Intervenção Comunitária de Desenvolvimento Social e de Saúde. Os projetos dos municípios de Mafra foram, por sua vez, apresentados por Paula Martins Santos, dirigente da Unidade de Desenvolvimento Social da Câmara Municipal de Mafra, enquanto o trabalho desenvolvido no município da Moita foi dado a conhecer por Anabela Franqueira, diretora do Departamento de Educação, Desenvolvimento Social e Cultura da Câmara Municipal da Moita.
A sessão de encerramento do seminário ficou a cargo da presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carla Tavares.
Carla Tavares realçou a importância deste programa para a área metropolitana de Lisboa, “uma região de oportunidade para as pessoas de muitos pontos do país e do mundo que procuram o nosso território, mas também uma área composta por espaços marcados por enormes desigualdades económicas e de exclusão social, apesar do trabalho em rede desenvolvido pelos municípios e pelas instituições que é muitas vezes insuficiente para responder aos anseios da população”.
Para a presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa conseguir quebrar os ciclos intergeracionais de reprodução da pobreza e da exclusão social é “um dos maiores desafios estruturais de toda a área metropolitana de Lisboa”.
Para concluir, a autarca realçou ainda a importância do desafio suplementar lançado pelo programa Comunidades em Ação: “pede-nos para olhar para além do horizonte de 2026 e consolidar todas estas intervenção, de forma a dar continuidade a este projeto e continuar, dessa forma, a apostar nas nossas pessoas, trabalhando em rede, porque quanto mais forte forem as ações protagonizadas pelos municípios, mais forte será a área metropolitana de Lisboa”.
Seminários Comunidades em Ação
Este foi o primeiro de três seminários anuais sobre o programa Comunidades em Ação. No ano de 2024 o seminário será realizado no município do Seixal, e em 2025, em Cascais.